O combate à violência contra a mulher foi pauta, na noite desta terça-feira, de audiência pública na Câmara Municipal. O evento atendeu a requerimento da vereadora Gilda Beatriz (PSD), que preside a Comissão de Defesa da Mulher e contou com a participação de delegados das duas delegacias de Petrópolis (105ª e 106ª DP), de profissionais que atuam no atendimento à mulher nestas unidades,de representantes do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM) e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além de profissionais da Saúde e da Educação.
Ao abrir a audiência, a vereadora Gilda Beatriz lembrou a necessidade de combater a cultura machista na sociedade, melhorar o acesso das mulheres aos postos de trabalho e cargos elegíveis, promover melhores salários e dar a elas proteção às ameaças do cotidiano. “Os números mostram a necessidade de medidas para mudar a realidade que vivemos. Apenas este ano, entre os meses de janeiro e junho, o CRAM fez 754 atendimentos a mulheres vítimas de violência. Neste mesmo período, tivemos registrados nas delegacias 45 casos de estupro de mulheres. São números que assustam e sabemos que estes são apenas os que chegam ao conhecimento público. Quantos mais sequer são notificados?”, questionou a parlamentar, lembrando que os casos não são apenas de violência física e sexual, mas também de violência psicológica, moral e patrimonial.
Durante o evento, os participantes discutiram a legislação e a necessidade de políticas públicas capazes de contribuir para reduzir a violência contra a mulher, além de ampliar a promoção da cidadania. “O que verificamos é a necessidade do fortalecimento da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres, para que todos os entes funcionem, de fato, como rede. É preciso que haja um amplo trabalho de conscientização, inclusive com as crianças e que todo o sistema, toda a rede, esteja capacitada para fazer o atendimento a uma vítima de violência. Ela precisa encontrar a orientação e o apoio de que necessita”, explicou a vereadora.
Gilda Beatriz fez, no plenário, perguntas do público aos participantes e frisou as orientações sobre denúncias. Casos em que a violência esteja acontecendo no momento da denúncia devem ser encaminhados à Polícia Militar, por meio do 190. Assim, os policiais irão ao local o poderão encaminhar o autor da violência à delegacia. Vítimas de violência podem fazer denúncias diretamente nas delegacias, tanto a 105ª DP (em obras neste momento) quanto a 106ª DP mantém atendimento especializado para mulheres. Já pessoas que têm conhecimento da violência e querem fazer a denúncia de forma anônima podem ligar para o 180.
Participaram da audiência a delegada da 105ª DP, Fernanda Marchesi Neves; o delegado da 106ª DP, Nei Loureiro; a coordenadora do Núcleo de Atendimento à Mulher da 106ª DP, Poliana Silva; a policial Mariana Marinho, que também faz atendimento à mulher; o ginecologista e obstetra Vander Guimarães Silva, que trabalha no Hospital Alcides Carneiro e esteve no evento representando a Faculdade de Medicina de Petrópolis, da qual é docente; a coordenadora do CRAM, Thaís Justen; a enfermeira do Programa de Saúde da Mulher do Ambulatório Escola, Aline Furtado; a advogada do CREAS e vice-presidente da OAB Mulher, Carla de Souza Vale; a subsecretária municipal de Educação, Adriana Salim; a psicóloga Angela Zanei, do CREAS; a psicóloga Suelen Abreu, do CRAM, a advogada Mônica Possas e Niquelen França, representando a Universidade Estácio de Sá.
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